sábado, 21 de março de 2009


















Uma abordagem sumária de Parceiros do Rio Bonito
A História do Caipira Paulista



Palavras chaves – caipira, ajuste ecológico, marginalizados da colonização, cultura tradicional, bairros


O livro de Antonio Candido trata da descrição das mudanças da vida do caipira diante da expansão econômica capitalista, que causa grande impacto, provocando uma crise e obrigando-o à elaboração de um novo "ajuste ecológico".
Pressionada pela modernização, a cultura caipira "caminha para o fim inevitável" mas é ainda capaz de criar "formas de resistência" e para compreender o presente exige a investigação do passado.
A antropologia, a História e a Sociologia convergem para um mesmo tema, o processo de formação da sociedade nacional. Executar tal combinação permite-lhe recusar a definição mais tradicional de "comunidade" e propor, no seu lugar, o conceito de "bairro”.
O livro é dividido em três partes.
- A primeira trata-se da reconstrução histórica da sociedade caipira que trata das relações sociais básicas e os meios elementares de subsistência.






- A segunda mais antropológica que descreve técnicas de lida da terra, festas religiosas, dieta dos parceiros de Bofete – interior de SP.
- A terceira com um contexto mais sociológico analisa como o crescimento da economia capitalista e sua influência destrutiva à cultura tradicional caipira.
O livro é uma pesquisa iniciada em 1947 e se adentrando até 1954, abrangendo os municípios de Piracicaba, Tietê, Porto Feliz, Conchas, Anhembi, Botucatu e na maior parte em Bofete, esse trabalho foi apresentado como tese de doutorado em Ciências Sociais à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.
Na Introdução nos deparamos com conceitos oriundos das situações de mudança das sociedades civilizadas, os mínimos vitais e sociais, nos mostra a importância do estudo da alimentação e com ela a cadeia que gera as relações humanas no grupo.


I PARTE – A VIDA CAIPIRA TRADICIONAL


1 – Rusticidade e Economia Fechada


O propósito desse livro é analisar os aspectos referentes à obtenção dos meios de vida e até que ponto se enquadra nas situações sócio-culturais mínimas. A sociedade caipira tradicional elaborou técnicas que permitiram estabilizar as relações do grupo com o meio, mediante o conhecimento dos recursos naturais, a sua exploração sistemática e o estabelecimento de uma dieta compatível com o mínimo vital, uma relação social tipo fechada e com base na economia de subsistência.


CASA do caipira – chamada de rancho (pouso), é um abrigo de palha, sobre paredes de pau-a-pique ou varas não barreadas levemente pousado no solo. Algumas infestadas de baratas, miseráveis choupanas de um andar, o chão não é pavimentado nem assoalhado.



Um traço extremo de rusticidade do caipira, sita o autor:
... um velho morador do bairro referia ao dito do seu avô, segundo o qual uma árvore com sombra era o bastante para um homem morar.

A esta rudeza correspondiam técnicas e usos igualmente rudimentares. A “gente do sítio” fazia tudo e raramente ia ao comércio só para comprar sal. Não havia muitos negócios, cada um consumia o seu produto e até sobrava mantimento que “não tinha preço”.
Faziam fios de algodão que transformavam em pano para confecção de roupas.
Trançavam-se chapéus de junco, que duravam 2 anos.
Andavam geralmente descalços e o único calçado era a precata (alpargata), feita igualmente em casa.
- Os utensílios eram na maioria feitos em casa: gamela de raiz de figueira, vasilha e prato de prorungaetê, cuia de beber, pote de barro, colher de pau, etc...

- A pólvora para armas era feita de mato crindiúva, que se deixava secar, enterrava e queimava resultando em um carvão fino, misturado com salitre e enxofre, passava-se pelo pilão e peneira, pois quanto mais fino melhor.
- As balas eram de chumbo derretido e derramado em buracos abertos no chão duro, do tamanho desejado; o resfriamento e solidificação eram rápidos.
- Iluminação era feita com candeeiros de barro, com banha de porco ou azeite de mamona e torcida de algodão.

- O açúcar era de rapadura feito em moendas manuais de madeira e fornos de barro, com formas ou tachos de lata e cobre.
Segundo Saint-Hilaire, naturalista francês que veio para o Brasil em 1816 com o objetivo de estudar a flora brasileira, dizia do caipira paulista:
- “...ser muito rústico, primitivo, brutal, macambúzio e desprovido de civilidade.A mistura de branco e índio, dominante no paulista, é fator de inferioridade, dando produtos muito piores que os de branco e negro.”
Para o caipira, a agricultura extensiva, itinerante, foi um recurso para estabelecer o equilíbrio ecológico: recurso para ajustar as necessidades de sobrevivência à falta de técnicas capazes de proporcionar rendimento maior a terra.


2 – Alimentação e recursos alimentares


O caipira paulista se nutria como quem se contenta com o mínimo para não demorar as interrupções da jornada.
Esse mínimo alimentar corresponde ao mínimo vital, e a um mínimo social: suficiente para sustentar a vida, organização social limitada à sobrevivência do grupo.
A economia no tempo dos bandeirantes era voltada a atividades nômades, à presa, à coleta. Já a do caipira seu descendente, era uma economia fechada, de subsistência, ligada à agricultura itinerante, à coleta, à caça e à pesca.Ajustava-se a técnica dos índios, estreitando laços com a terra, favorecendo a mobilidade, penetrando nas formas de equilíbrio ecológico. Daí nesse mameluco de corpo e alma, existe esse certo apego aos alimentos da terra.
O feijão, o milho e a mandioca, plantas indígenas, constituem o seu triângulo básico alimentar vindo a mandioca ser substituída mais tarde pelo arroz.
Já o leite, o trigo, a carne de vaca eram indicadores de situação social acima da média.
Técnicas de caça foram herdadas dos índios, conhecimento minucioso dos hábitos dos animais, técnicas precisas de captura e morte.

3 – Os tipos de povoamento


Destaca-se alguns tipos de moradores:
Morador transitório – que pode ser:
- o cultivador nômade geralmente fugitivo de autoridades com interesse de se isolar e que não tem título da terra.
- o agregado que tem permissão do proprietário para morar e lavrar a terra, sem pagamento, salvo alguma prestação de serviço.
- O posseiro que não tem permissão e freqüentemente ignora a situação legal da terra que ocupa.
Sitiante ou fazendeiro – é o dono da terra
Sesmaria – fazenda de grande extensão – concessão de terra a quem requeresse legalmente, com a condição de lavra-la dentro de seis meses.
A estrutura fundamental da sociabilidade caipira, são os chamados “bairros” agrupamento de algumas famílias, vinculadas ao sentimento de localidade, pela convivência, pelas práticas de auxílio mútuo e atividades lúdicos religiosas.


4 – As formas de solidariedade

A necessidade de ajuda, imposta pela técnica agrícola e a sua retribuição automática, determinava a formação duma rede ampla de relações, ligando uns aos outros e contribuindo para a sua unidade estrutural e funcional.
Usa-se também a ajuda denominada “mutirão” – segundo o caipira é um gesto de amizade e não uma prestação de socorro.
A cultura caipira se desenvolveu e conservou na base dos agrupamentos rurais mais ou menos autárquicos, onde aparecem, em toda a sua rusticidade equilibrada, aqueles mínimos de vida e sociabilidade cuja manifestação se vê nesse livro.

5 – O Caipira e a sua cultura


O caipira descendente de branco com índio, caboclo, não se adaptou as formas mais produtivas e exaustivas de trabalho. Era caçador subnutrido, senhor do seu destino graças à independência precária da miséria, refugou o enquadramento do salário e do patrão, os moldes traçados pelo trabalho serviu não lhe cabiam. Não lhe era atrativo o papel de escravo ou colono.
A cultura do caipira não foi feita para o progresso, a sua mudança é o seu fim, porque está baseada em tipos tão precários de ajustamento ecológico e social que até o corte de uma árvore leva-o a deixar de sentir prazer em viver.(pág 108)
Sua cultura se caracteriza pelo isolamento, posse de terras, trabalho doméstico, auxílio vicinal, disponibilidade de terras, margem de lazer.
A posse, ou ocupação da terra, pesou na vida social e cultural do caipira paulista, foi empurrado para as áreas despovoadas do sertão, onde se defrontava com riscos da destruição física ou na ausência de leis sociais. Uma das causas dessa anomalia social era a preguiça, que seria um traço fundamental do caipira e responsável pelo seu baixo nível de vida. Baseado nessa idéia foi criado por Monteiro Lobato o personagem Jeca Tatu. Esse fenômeno de não adaptação ao trabalho intenso e contínuo exigido nas grandes plantações trazidas pelo desenvolvimento econômico, não deve ser considerado vadiagem, mas sim desnecessidade de trabalhar. Pois o caipira vivia com pouco, somente o necessário e não se adaptava em produzir além das suas necessidades.


Texto de Caroline de Miranda Borges


Fotos de Wosley Torquato

quarta-feira, 18 de março de 2009


BEIRÃO
FORRÓ NA GERAÇÃO VIRTUAL.


De volta ao Brasil depois de seis meses de tour pela Europa. BEIRÃO COM SEU NOVO SHOW. FORRÓ NA GERAÇÃO VIRTUAL. cantando também clássicos da música brasileira, e dialogando diretamente com compositores como João do Vale, Zé do Norte, Gordurinha, Zé Dantas, José Marcolino, Humberto Teixeira, dentre outros, levando ao público o universo da literatura de cordel e dos cantadores nordestinos.
Beirão considera-se um cearense cosmopolita. Acredita que a cultura popular vive uma fase de renascimento: "a cada ano que passa as festas populares como São João ganham novos espaços e, o Brasil de norte a sul, se acende em festa". Assim, não deixando por menos reuni em seu repertório, músicas populares do Nordeste.

Sem abandonar as influências nordestinas como Jackson do Pandeiro, Luís Gonzaga, Trio Nordestino entre outros, e tendo incorporado ao seu estilo, influências da MPB, do Rock brasileiro e da música universal, o público encontrará uma sonoridade envolvente e bem humorada, marca registrada de seus shows.

Atualmente divulga o Projeto Forró Pé-de-Serra Brasil e em parceria com o Pontão de Cultura República do Cerrado, desenvolve projeto na área musical. Em sua estada em Goiânia, lançará seu cordel " O Trágico fim de Benjamin e Lampião".
Ver mais e ouvir beirão clique aqui!

domingo, 15 de março de 2009











A Argila e a Beleza

Muitas pessoas apostam nos recursos para cuidar da beleza e prevenir os efeitos do tempo. Em geral, os resultados costumam serem promissores e, além disso, a prevenção continua sendo o melhor caminho.
Segundo pesquisas realizadas durante mais de vinte anos em várias regiões brasileiras pela Médica e Cosmetóloga Dra. Maria Amélia Ferreira Ramos sobre o assunto ARGILA, a pesquisa comprovou que o emprego da argila na pele é altamente eficaz em vários aspectos. O resultado é uma tez macia e sedosa, além da eliminação de cravos e espinhas. Ressaltando que devido à textura arenosa, a argila é capaz de promover um verdadeiro “peeling”, além de renovar as células, absorver as impurezas, revigorar os tecidos, ativar a circulação e realizar uma limpeza profunda.
A argila pode ser usada em todos os tipos de pele, contudo não é qualquer argila que pode ser manipulada, apenas a argila sulfurosa, extraída há mais de trinta metros abaixo do solo, porque é nela que se encontra e se acumulam as reais propriedades cosméticas e terapêuticas que podem proporcionar a prevenção no aparecimento de rugas, manchas e envelhecimento.
Sebastian Kneipp afirmava em 1821: “Argila tira a inflamação. Puxa para fora as matérias mórbidas, pútridas, absorvendo e purificando assim os abscessos e as ulcerações. É um excelente medicamento nas dores de cabeça, das costas, nas inflamações, inchaços, intoxicações e entorses”.
Jack Szostak – Universidade Harvard – USA – com seus experimentos marca mais um ponto a favor da argila, afirma: “Ela é capaz de induzir a formação de cadeias de RNA, que ao contrário do DNA, consegue sozinha induzir reações químicas ”. Para muitos cientistas, o RNA é o primeiro material genético da história da vida.
Hoje a moda é usar a argila em tudo, mas esses tratamentos com argila são denominados Argiloterapia ou Geoterapia que utiliza como uma de suas bases a aplicação ou ingestão de argila, que atua no tratamento de diferentes doenças, desde afecções cutâneas e amidalites, até disfunções hormonais e úlceras. Suas ações terapêuticas se resumem em: antiinflamatória, cicatrizante, desintoxicante, analgésico e vitalizante. Também através de compressas, cataplasmas, máscaras, banhos ou escalda pés pode ser: antiinflamatória, cicatrizante, anti-reumático, tonificante, antiinfeccioso, antitóxico e anti-séptico.
Somente um terapeuta especializado saberá como usar adequadamente a argila de forma a dar o melhor resultado ao tratamento, pois é muito importante a verificação da procedência da argila e a forma de utilização.

Caroline Miranda – março 2009

terça-feira, 10 de março de 2009


VI Congresso Internacional de Educação Física e Motricidade Humana
XII Simpósio Paulista de Educação Física
30 de abril a 03 de Maio de 2009

Pela primeira vez no Brasil teremos um Congresso Internacional de Educação Física e Motricidade Humana em uma Universidade abrindo as portas para aulas de danças populares como a CATIRA.

A Oficina de Catira será dada pelo Wosley Torquato e seus filhos Weslley e Wosley Júnior, incluindo show de viola e lundum.
Maiores Infromações e inscrições http://www.rc.unesp.br/ib/simposio

Área de Preservação Ideológica!!!

Bem vindos a Área de Preservação Ideológica!
http://www.sitecurupira.com.br/